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Helena Domingues
Nacionalidad:
Portugal
E-mail:
Biografia
Helena Domingues - Alenquer - Portugal

A Poesia é a Luz, a Luz Branca que atravessa o cristal da sensibilidade e se transforma em mil cores.
Como ela, múltiplas variáveis do óbvio habitam nos pedaços de mim, que vou deixando na passagem.
Quais estilhaços de espelhos quebrados, jamais reproduzirão a totalidade do real, dada a impossibilidade de se completarem, uma vez que alguns se perdem para todo o sempre.
Eventualmente, instalar-se-ão na poeira da memória ...
Contudo, uma ligeira brisa poderá arrastá-los para o nada ou de novo, para a totalidade.

AUSCHWITZ

Em Auschwitz, amor, não vejo o Sol.

Das pedras de Auschwitz
Soltam-se lancinantes gritos abafados
Nas pedras de Auschwitz,
As rosas rubras da morte são lavadas
Pelas lágrimas dos inocentes condenados

Das pedras de Auschwitz,
Erguem-se fumos de odores incendiados,
Que em Auschwitz, amor, escondem o Sol

PAZ

CHOVE


Chove
Espalham-se pelo ar
Os murmúrios das gotas
Os seus gritos
Magoados quando tocam o chão
Caminho pelos campos
Desnuda
Sem cobertas que me prendam
Mas não me vergo ao tempo
Como os velhos
Nem às memórias há muito esquecidas
Não me vergo à solidão
Não me vergo ao vento
Que sopra palavras
Que não entendo
Vergo-me apenas ao seu peso
Envolvo-me na terra
Fundo-me com ela
Deixo-me abraçar
Como por um amante
E tudo se torna claro
Brilhante e leve.

Escuto o silêncio
Do aroma da terra molhada
Fecundada pela chuva que cai
Escuto o silêncio
Prenhe das cores de que a terra se cobre.

Ergo-me
Também eu prenhe de luz
Agora renascida
Purificada
Entendo
Os gritos
Os murmúrios
As palavras
Que se soltam de mim
As palavras
Agora leves
Que a terra me segredou.

E chove ainda.

A LA RECHERCHE DU TEMPS PERDU
NO TEMPO ATEMPORAL DAS ERMIDAS
MEMÓRIAS




Banhei-me de Sol
Virei outro eu

Derramei dos olhos saudades azuis de tempos antigos
por mim jamais vividos.
Percorri caminhos por mim ignorados.
Pisei pedras pisadas que contaram histórias de jogos de bola, de corridas , de risos e choros.
De doces acenos, ao virar da esquina das idas para a escola.
Roubei esta flor
Roubei as saudades que não foram minhas
Roubei um passado que é o meu presente

CANTO

Enquanto houver um rio, hei-de cantar
Lonjuras de outros tempos, esquecidas.
Enquanto houver gaivotas rumo ao mar,
Cantarei lembranças de outras vidas.

Enquanto houver um rio, hei-de sonhar
Venturas de outros tempos, proibidas.
Enquanto houver mordaças de matar,
Cantarei esperanças coloridas.

E enquanto o rio correr e eu cantar
Vontades, ilusões, destinos, fados,
Talvez um dia, o meu canto chegue ao mar

Se não, que espalhem as gaivotas pelo ar
Em pios, em voos, em desenhos ousados
Tudo quanto meu canto nunca ousou cantar.
...
...

SINAIS

Em cinzas, consumida
Me encontraste.
Devolveste-me o fogo
e deste-me asas,
quando me deste a vida.
No jogo do amor
Que me ensinaste,
Senti-me renascida.
Mágica e ardente
foi nossa fusão
E agora, mulher alada,
procuro os teus sinais
no universo.
Bebo, nas fontes,
águas primordiais.
buscando nelas,
o sabor dos teus beijos.
Visto-me de estrelas
vendo os teus olhos nelas.
Perfumo-me de mar,
abraço as ondas,
e solto os meus desejos.
Questiono o vento,
e não escuto
o som da tua voz,
só o lamento
de pensar
que eu e tu
não somos nós.
Regresso enfim,
ao ponto de partida
Exausta, descubro,
minha vida,
os teus sinais
em mim.

IGNORÂNCIA

Não sei
do Tempo, a medida.
Desconheço
do Espaço, a dimensão
Não sei
se eu sou eu
se a minha sombra
que na Caverna
caminha à minha frente.

Já não sei
do Infinito o azul
pois o cinza nasceu
tão de repente
que até ao Mar
roubou
a sua cor.

ECLIPSE DE UM SONHO


Sonhei ser poeta por um dia
Atingir alturas de condor
Viver entre os eleitos
E sentir
Seus sentires, sua dor
De dar vida ao poema.
Foi breve o sonho
E curto o vôo
Poeta não sou
Apenas se me soltam dos dedos
Palavras incompletas
Sem aroma nem cor
Palavras mutiladas
[mal] Ditas
Palavras de dor
Que atiro ao vento...
E o vento as levou
Poeta não sou

BREVE BIOGRAFIA
Maria Helena Pontes Pedro Mendes Domingues

Nasceu em Lisboa a 23 de Dezembro de 1942.
Em solteira, foi Hospedeira de Bordo na Transportadora portuguesa TAP [dado o seu gosto pelas viagens]. Assim percorreu alguns Países da Europa, de África, e mais recentemente, da Ásia; sempre atenta às respectivas culturas, alargando horizontes, descobrindo o mundo e beber águas de outras fontes de humanização.
Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Variante de Português/Francês pela Universidade Nova de Lisboa, tendo enveredado pela via de Ensino, profissão que ainda exerce como Professora do Ensino Secundário numa Escola de Alenquer, cidade não longe da sua Lisboa, onde actualmente reside.
As leituras, o amor à cultura geral, os convívios enriquecedores, a paixão pelo pulsar da vida no culto pelos afectos, pelos encontros com a estética e a beleza dos seres e das coisas, fizerem emergir a sua inevitável e há muito tempo latente forma de expressão poética, cuja produção de vincada tendência lírica se manifesta também em preocupações humanísticas e cívicas em que o centro inspirador é a vivência da Liberdade, da justiça e da paz em solidariedades universais. A produção poética e de textos de reflexão cívico-poética é conhecida através de constantes publicações dispersas em jornais e revistas ao longo dos anos e, principalmente, por numerosas publicações na Internet, em blogues e sites onde é incitada pelos seus leitores a quebrar a sua timidez e a levar mais longe o conhecimento da sua produção poética.

helena.domingues@gmail.com

 

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