João Nunes Carneiro
Poeta/Escritor
Nationality: Portugal
Email: jncarneiro57@gmail.com
Poeta/Escritor
Nationality: Portugal
Email: jncarneiro57@gmail.com
Mergulho nas águas
Caindo em cascatas
Rolando em mágoas
Batendo nas fragas
Brunidas num flúmen
De límpidas águas...
Cristalinas batidas.
***
Sou água e leito
Mágoa acorrentada
Flúmen em meu peito
Margem traçada
Num sinuoso...
Amor, amor imperfeito
Pedra arremessada
À água, fundo leito
Incompreensão, palavras
Filosofia, escritos
Poemas, músicas, baladas.
***
Trovas cantadas
Trovador, erudito
Poeta de pequenos nadas
Que num livro edito
E, em todas as palavras
Feito em poemas
Nelas me vejo descrito
Num flúmen de temas
Onde suavemente me agito.
Os teus olhos são verdes, da cor do mar
São tão verdes, tão verdes
Que neles me perco, para em ti naufragar.
***
E, as tuas curvas tão melodiosas
Acentuadas em silhueta bem definida
Doces, suavemente delicadas
Sinuosas e verdadeiramente sensuais
Deliciam-me os olhos, trazem-me vida.
***
Teu olhar meigo e distante
Penetrante, belo e passivo
Faz de ti, pedra, diamante
De brilho intenso e colorido.
***
Nas tuas curvas, disperso o olhar
Para nadar no teu corpo...
Nas ondas mansas, vou mergulhar
Amor, olhos verdes, verde água, mar.
***
Meu amor de olhos verdes...!
Deslizo em teu corpo
Numa mistura de suor e mel
Beijo-te a meu gosto
Suavizo o desejo na tua pele.
***
Sinto-me em teus lábios com prazer
Num delirante e sôfrego beijo
Que te roubo, para nele te surpreender
Satisfazendo-me nesse desejo
Pois esse beijo, eu sempre pretendi ter
***
És a lua, o mel do meu prazer
Iluminas-me na escuridão
De uma noite pra'não esquecer
Mistura de suor e mel, tão bom...!
Isolado na ilha da imaginação
Sinto-me um náufrago
« abandonado
Rodeado d'água, areia e mar
Nesta praia da minha solidão.
***
Sem bússola, nem orientação
Náufrago, solitário, abandonado
Desafio a água, o céu e o mar
Sol escaldante nest'areia deitado
Sem força, mui menos condição
Para daqui sair, ou abandonar
Esta minha ilha... de imaginação...
«... Paraíso encantado
Onde me prendo, sem me largar
E, me sinto náufrago abandonado
Na ilha de uma vida, sem lugar
Neste meu mundo, '' fantasma''
« do passado
Onde preso, eu me sinto a sufocar.
o que resta de mim...
Lágrimas, suor e saudade
D'um amor chegado ao fim
Sem réstia, aroma, felicidade.
***
A felicidade é invisível, inodora
Não tem penas, não é pássaro
Pia, pia, mas nem sempre chora.
***
Fora um pássaro e voasse
De mim ausente
Bem alto no céu, horizonte
Talvez, sem piar ... chorasse
De felicidade contente,
Por alguém que me amasse.
Como eu gostaria de me sentar
Num chão de paz...
Com vistas para o Mundo
No sentido, de ao Mundo poder dar
Cor...
Para que se não quede cinzento
Vazio, pleno de linhas vácuas
Sem trabalho, paz, felicidade
E amor.
Uma porta faz a diferença
Depende da porta
Entreaberta
Fechada
Ou aberta
Lacrada
Aí está a diferença
Depende da forma
Como na porta se pensa
Há quem a porta nos abra
Ou quem nos feche a porta
Outros, entreabrem-na
Somente
Porque não gostam de a fechar
totalmente.
Puxas da cadeira
Sentas-te à mesa
Pedes café
Fixas o ecrã da televisão.
Pensas na vida
Abstrais-te
Envolto na confusão
Distrais-te
Absorto na solidão.
***
Ninguém dá por ti
Escreves num papel
Nem sabem se estás aí.
***
És um diamante por lapidar
Ninguém quer saber...
Nada, nada há para conversar.
No ecrã, o jogo de futebol...
Não te dão bola a passar
Estão fora do seu controle.
***
Sentes-te sozinho
És um solitário
Aprecias o caminho
Não vais em contrário.
Tens muitos à tua volta
E ninguém te vê.
Também não importa
Já tomas-te café.
João Nunes Carneiro/ 10 de Setembro 2021
É MADURO O TEU OLHAR
***
Olhar doce, maduro
Suavemente acetinado
Olhos lindos. castanho-esverdeado
Serenos como duas fontes
Rodeados pelas águas cristalinas
De um lago serenamente sossegado.
***
Meu olhar se deslumbra
Percorrido nas águas calmas, cristalinas
Num olhar suave e profundo que me sai
Das profundezas labirínticas da alma.
***
Tenho o teu olhar como o Mundo...
O mundo da tua natureza calma
De suavidade serena e doce
Um olhar rasgo de formosura
Viva, terna, de fruta já madura
Aroma suspenso numa moldura
De tão cintilante corpo, esbelto ''ser
Raiz que me queima em seu fogo ateado
Desejo apresado de em ti me aquecer.
João Nunes Carneiro / setembro- 10- 2021
AI... AMOR...!
Ai amor se eu pudesse
Um dia pisar na lua
Chão que quisesse
Numa rocha
[ Esculpir-te nua.
***
Um dia te pudesse encontrar
Roubar-te para seres meu par
Ainda que eu nunca pudesse
Contigo na lua me encontrar.
***
Te faria minha prisioneira
Daria-te a beber o amor
Beijar-te ia sem sede
Amar-te ia sem dor...
Contigo ficaria a vida inteira
Numa cratera sem rede
Para juntos levantar poeira.
***
Amar-te aí perdidamente
À luz serena do luar
Acariciar-te discretamente
Sem poeira levantar.
***
Ai amor se eu pudesse
Um dia pisar na lua
Chão que eu quisesse
Numa rocha
[ Esculpir-te nua.
Ai... Amor...!
João Nunes Carneiro/ setembro 10 - 2021
Meu primeiro livro ( Folha Rasgada editado no ano de 2013!
11 Sep 2021
João Nunes Carneiro Poet-writer nasceu a 15 de setembro do ano de 1957 na freguesia de Casais concelho de Lousada Distrito Do Porto, Portugal. Fez os seus estudos na Escola Industrial e Comercial de Penafiel, formação; no curso geral de mecânica. Mais tarde tirou o curso de mecânica de máquinas de costura industriais, na cidade do Porto. Trabalhou durante mais de 30 anos como técnico de máquinas de costura industriais em várias fábrica de vestuário. Durante a sua adolescência começou a escrever pequenos poemas, vindo mais tarde a encarar a poesia como obi e começou a frequentar várias tertúlias, vindo a publicar um livro de poesia com o nome de (Folha Rasgada) assim como a entrar em várias coletâneas de poesia nas cidades de Lisboa e Porto. Hoje encontra-se na pré-reforma e passa o seu tempo a ler, pintar, restaurar máquinas de costura domésticas antigas, e também a escrever pequenos textos e poesia.
01 Jul 2021