Valda Fogaça
Valda Fogaça nasceu no município de Coribe Ba, em 1955; em 1977 mudou-se para Brasília DF onde mora desde então, é escritora, cronista, poetisa trovadora, cordelista e compositora. Estudou Filosofia, Letras, Histórias... Autora de diversas obras literária. Afiliou-se a ANE- Associação Nacional de Escritores é membro da Academia Taguatinguense de Letras. Recebeu diversas homenagens como: Troféu Cecília Meirelles – mulheres notáveis, entregue pelo jornalista e colunista social, Eustáquio Lúcio Félix do jornal Folha Popular(Itabira MG); Comenda Amiga da Educação entregue pelo o clube dos Trovadores (Vitória Es); título de Personalidade Cultural do Ano de 2017 Amigo Da Cultura Latina entregue pela Presidente Nacional da Sociedade de Cultura Latina do Brasil (Vila Velha Es); recebeu da Câmara Legislativa do Distrito Federal, mediante proposição do deputado Raimundo Ribeiro, a moção de louvor por sua participação na sessão solene comemorativa aos 30 anos da Academia Taguatinguense de Letras e por ser participante das relativas atividades desenvolvidas por essa instituição. Tem participado de antologias nacional e internacional. Escreve para os portais Recanto das Letras e Uol pensador poemas e pensamentos; escreve para três bloggers, também é colunista do site O Segredo, além de manter uma ativa participação nas redes sociais com postagens de interesse do seu público. No presente momento mantém contrato firmado com a Editora Baraúna a qual publica e distribui no mercado nacional e internacional as suas obras.
ANJO IMAGINÁRIO
Minhas asas estão prontas para o voo se pudessem,
Mas meu corpo cansado da lida as impede.
Eu retrocederia se pudesse, pois eu seria mais
Feliz se permanecesse imersa no tempo viva.
Às vezes imagino que sou um anjo que pretende
Afastar-se da dureza desse mundo, cujos olhos escancarados,
Boca dilatada e asas sempre abertas...
É esse o aspecto desse anjo o qual imagino
O rosto direcionado ao passado onde ver uma cadeia
De acontecimentos, uma catástrofe única que acumula
Incansavelmente ruínas sobre túnel e as dispersas aos nossos pés.
Ele gostaria de deter os maus feitores,
Acordar os "mortos" e juntar os fragmentos,
Mas uma tempestade sopra-o do paraíso e prende-se
Em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las.
Essa tempestade o impele irresistivelmente
Para o futuro ao qual ele vira as costas enquanto
O amontoado de ruínas cresce até o céu.
Essa tempestade é o que chamamos progresso.
Chego à maturidade super carregada de conhecimentos
E experiências, embora não sendo de fato um anjo benfeitor,
Mas, deixo a minha contribuição ao mundo: o meu legado.
ANGUSTIA
O olho está a chorar,
O coração a sofrer,
Gentes não cansam de esperar...
Deus apieda-te deste sofrer!
CÁLICE DE AMARGURA
Mediante desilusão vivida
Minh'alma tristonha sorvia
O cálice d'amargura;
Debalde entristecida...
Meus olhos relutantes viam
As farpas espinhosas
Daquele que expressava
Ternura ao ofertar-me rosas.
Ó minh'alma por que gemes
Dentro de mim tão pesarosa?
Meu coração transborda dor,
Neste poema escorre lágrimas
De um padecer por amor.
ENTRETIDA NA LIDA
Sigo apressada na vida!
Nem percebo que a juventude evapora,
Na bagagem apenas o cansaço da lida
E saudade de outrora.
Quando a velhice chegar
Estarei só no meu canto,
Certamente irei chorar
Os amores... Amargo pranto.
Há de vir o arrependimento
De ter envelhecido;
Cairei no esquecimento...
Faltar-me-ão os amigos.
Meus filhos estarão ocupados
Cuidando de suas próprias vidas;
Tal vez não sentirão culpados...
Certamente sentirei menos querida.
Embalde minhas lágrimas
Banham meus olhos e suspiro
Saudade de um grande amor...
No leito deserto languida deliro...
Chega minha hora despeço-me e vou...
MULHER
Como jaz solitária a mulher,
outrora cercada de filhos.
Tronou-se como viúva,
a que foi o centro das atenções
de seus familiares e motivo de
admiração, encontra-se hoje
a mercê da solidão.
Ela chora, e de noite em suas
orações roga ao Senhor
que abençoe a cada um dos
que lhe foram presentes.
Enquanto as lágrimas correm
pela face, não tem quem a console;
entre todos que a amavam ,
foram-se num vôo breve,
como pássaros que voam para
longe de seus ninhos.
Seus dias estão tristes, e ela
mesma se acha em amargura.
Diante da somas de anos vividos,
já se passou todo o esplendor
de sua mocidade.
Seus passos miúdos
caminham exaustos por caminhos
desertos, agora nos dias de sua velhice
lembra-se mulher e de todos seus
mais preciosos tempos vividos
e chora silenciosa, saudade de outrora.