Marcos Costa Filho,
Natural da cidade do Rio Grande, Estado do Rio Grande do Sul – Brasil, é Professor/Biólogo aposentado da Universidade Federal do Rio Grande. Na sua nova fase de vida formou-se em Letras Português/Inglês na mesma Universidade em que trabalhou. Em seus nove livros publicados passeia pelo romance de ficção, conto, crônica e poesia. Criou o concurso literário “Sua Poesia vai à Feira” que está em sua décima edição na Feira do Livro da Universidade Federal do Rio Grande. Criou e coordenou os eventos literários “Poesia ao Entardecer” e “Mostra Rio-Grandina de Textos Natalinos” que ocorreram durante seis anos na Livraria Acadêmica – Rio Grande/RS e somente encerrou porque a firma fechou. Recebeu das mãos do Poeta Nelson Fachinelli, em Porto Alegre/RS, a medalha Mário Quintana. Foi o pioneiro ao organizar concurso literário na Festa do Mar, em sua cidade natal, por ocasião de sua oitava edição. Participa de várias entidades literárias. Tem textos em prosa e verso em antologias pelo Brasil afora. Foi premiado com primeiro e segundo lugares em vários concursos literários. Foi o segundo presidente da Casa do Poeta Brasileiro – Cassino/Rio Grande. É titular da cadeira número 31 da Academia Rio-Grandina de Letras onde foi secretário por três gestões de diretoria. Criou, na Academia, o Concurso Literário Internacional Castro Alves que já está na sua terceira edição. Coordena a produção da página literária da Academia publicada no jornal citadino Agora que já está em seu número 400 e no nono ano consecutivo. Foi patrono da 38ª Feira do Livro da Universidade Federal do Rio Grande-RS.
Contato: marpoeta.papareia@yahoo.com.br
AMOR TRANSCENDE O TEMPO
Célere, o tempo muda usos e costumes.
No momento são comuns os “ficares”.
Sabe-se lá o que pensar destes lumes,
se deste modo também há os “amares”?
E o amor que vezes brota com perfumes,
num curto tempo, mas perfumando ares,
até se firma não guardando queixumes,
e de repente, enlaça na vida jovens pares.
Amor antigo com respaldo no passado,
acha estranho, diferente o amor nascente,
dos tempos recentes, parece complicado.
Pensando bem, o que rola nesta corrente,
aflorando imediato fogo do ser apaixonado,
assemelha-se à brasa outrora adolescente.
MEU POVO ACORDOU
Meu povo de há muito aflito,
até se encheu de esperanças,
havia pão em forma de bolsas,
e circo em forma de arenas,
era um prenúncio de bonanças.
Mesmo com aparências serenas,
pairava alguma inquietude:
faltava saúde, educação,
também, além de segurança,
outras necessidades populares.
Quando parecia tudo plenitude,
paz, consenso, união,
eis que acordou de repente,
meu Povo e de supetão
sacudiu o berço esplêndido
indo à luta de modo diferente:
muita ação além dos falares,
tomando firme posição.
Quem sabe, agora, neste Gigante,
agitado que foi, tomem atitudes
e revejam, suas “democráticas” virtudes,
os ditos representantes de cada cidadão.
O CONTRÁRIO TAMBÉM EXISTE
Li numa crônica, que se desgasta o amor,
com tempo, se evocado seguidamente.
E, até fica sem sentido, tempero, calor,
diluído no quotidiano enfraquecidamente,
até que, não flui mais resquícios da paixão.
Se é verdade, contraria meu velho coração,
pois, vivo o melhor aconchego deste mundo,
repetindo e ouvindo: amor!...e é profundo!
CHIMARRÃO A DOIS
Sou gaúcho de cidade,
nunca tive do campo a lida,
mas desde tenra idade
carrego pela vida
costumes de tradição,
como o tal do chimarrão.
Ah!... este verde e amargo,
nas rodas campeiras
passando de mão em mão,
vezes acompanhado de trago,
são contados de várias maneiras,
alegria, saudade, tristeza, solidão!
Mas meu chimarrão é diferente
na roda, ela e eu, somos em dois
e a cuia em seu bojo quentinho
leva e traz, não deixa para depois,
reviver nossa paixão fulminante,
beijos... aconchego... carinho!
Cevando na cuia a erva da vida
com a água quente do amor,
o amargo se houver é adoçado
e na conversa a trilha é percorrida
por nossas intimidades do passado,
revividas cada dia com novo sabor!