Bruna Mendes, 20 anos, Rio de Janeiro, Brasil.
Não me sou muito autorizada a escrever sobre mim. Na verdade, só escrevo o que eu não sei sobre mim.
Mais que paixão.
Sinto-me como num dia chuvoso
Arremessado sobre nuvens pretas
E lá de dentro vejo teus olhos
Que saem para me salvar
O pôr do sol reverenciou o nosso amor
E o que restava dele beijava o mar.
Nas minhas mãos atadas sobre meu sorriso
As lágrimas podiam evidenciar
O amor era tanto entre nós duas
Me fez retornar ao luar.
Sentadas na areia molhada,
Diante de toda aquela paixão
Eu adoro jurar- te amor eterno
Segurar a tua mão
Nos mais medos que gorjeiam nossa mente
O medo da separação
Nós duas sabemos que isso não se dará nunca
Pois nós nos amamos para sempre
Isso é mais do que paixão.
Verdades mentiras.
Minhas mãos corroboram o sentido da verdade
Inútil – engraçada – desesperada
Diante do sorriso morto
Fincado, cravejado, arrepiado.
Numa pontinha de mentiras
Desmancho-me em véu
Como uma princesa viva
Descendo, subindo, caindo.
O vento a levou – levou-me, talvez.
No escurecido quarto hostil
Criado e escondido
Protegido, pretendido, crescido.
Prestem bem atenção,
Eu sou o tempo que passa a toa
Sou a verdade que mentira fora
Sou o pedaço amassado de pão.
Pois em linhas tortas me escrevo
Sem vírgulas e/ou respiração
Levando a verdade morta
Aos que retiraram minha mão.
A caveira enalteceu
Sem pudor, sem amor
A princesa, enfim, cresceu
A mentira criou,
Falhou.
Parar-me-ei por aqui
Diante de minhas linhas
Nada sou de verdade
Nada és de mentira
Minha Donzela
Estava eu ali, de frente ao mar
Olhando a donzela, tentando se afogar
Dissestes-acrescentando-venha até mim
Em minhas mãos deixastes uma rosa
Tão vermelha como teus olhos
Por fim.
Exaltando gentileza, parecia mais
Um castelo em seus olhos
Cintilando sobre as bordas
Diante de um céu, azul turquesa
A vida lhe apanhou e como águia
Voou daqui.
Descrente - O castelo - sozinho adormeceu
Olhando a donzela emergir
ÓH montes que se guardam!
Atrás das noites espessas
Na louca fantasia
De um sonho imaginável.
Voa andorinha
Sob o céu estrelado
Ache a donzela
Gorjeia a um lugar apropriado
Chorando - a bela donzela -
ao castelo retornou
Com os olhos brilhantes
De quem um dia se matou.