1ª -
A NATUREZA CHORA A FALTA DE ESTRELASOlha, quanta beleza desperdiçada!
Chora a natureza,
Os homens fingem não ouvi-la!
Mas, a tua presença depredada,
Não tapa os olhos da consciência!
Cochila a verdade,
Por ordem do dinheiro,
Nem o mensageiro da desgraça,
Acorda o mundo inteiro.
A indiferença é a trapaça,
A falta de zelo,
Deixa a fumaça,
Cobrir as estrelas
E a camada de ozônio,
Derreter o gelo.
Os ecologistas amargam a tristeza,
Percebem que nada falta,
Pra destruição do planeta.
2ª -
CAMINHOS SEM AMANHÃO sol, a lua e as estrelas,
Perderam a claridade,
O mar secou com a estiagem,
AS florestas queimaram-se...
Não existem mais rios nem lagos,
Só o frio do inverno nas cidades.
Fecharam-se os olhos pra realidade,
A voz fez alarde, a ambição foi maior,
Ouvidos surdos, olhos cegos,
Para o caminho da humanidade,
Pra que dinheiro agora?
A alegria do consumista foi embora.
Não esperem mais a primavera,
Não existem mais flores,
Tudo morreu, agora é tarde!
Inconseqüência que a humanidade abusou,
Nem restos, nem sobras,
Ninguém intimida-se com o horror,
Somos prisioneiros de uma vida sem amanhã,
Não haverá mais aurora,
Só caminhos sem volta,
Pergunto-lhes; e agora?
3ª -
ÉPOCALIPSEPressinto com o Profeta Jucelino,
'Premonitor' dos nossos destinos,
Seus sonhos reais,
Que revelam nosso futuro fatídico,
Sonhos que querem nos acordar...
Nestes destinos precisamos ter tinos,
Se quisermos um feliz despertar.
Acabar nossos desatinos,
Ouvir o nosso divino,
Reflorestar nossas florestas,
Despoluir nossas águas infectas,
Refazer o que já foi desfeito,
Fiscalizar nossos horizontes,
Antes que o fiscal nos aponte,
O mal...
Cercear depredações,
Acabar com as ambições,
Senão viramos prisioneiros
Da fúria dos furacões.
Ah, profeta,
Os céticos não querem enxergar...
O que fazermos pra que acreditem,
Antes do planeta acabar?
As paineiras assustaram-se,
Os pássaros ficaram tristes,
O mar bate suas águas,
Indomável ele insiste,
O sol tornou-se brasa,
Queima o nosso arrebol,
Suores escoam na testa,
Ninguém impede o furor,
Políticos falam asneiras.
Só sei que, nesse terceiro milênio,
O terço será nossa bandeira!
4ª -
PEDAÇOS DE DEUSDorme, enquanto puderes dormir,
Ouça o rouxinol, antes dele partir,
Não tem mais céu azul,
Só réstias de luz...
Oh, Deus!
Quanta mortandade,
Tropas da crueldade,
Destruíndo a região...
Não respeitam velhos, nem crianças,
Metralham a esperança,
Esses animais!
É incoerente,
Salvaguardam uma terra
E destroem tanta gente...
Líbano e Israel,
Não quero acreditar,
Que o amor também morreu,
O céu sem azul,
A natureza morta,
Crianças torturadas e sem vida,
Tristeza tomando forma,
Em pedaços de Deus!
biografia:
Tereza Neumann Ferreira de Assis, nasceu em 1954 em Inhambupe/Ba. Filha de Francisco Guedes de Assis Júnior e Rosália Ferreira de Assis, viveu em Inhambupe até 1969, mudando-se para Salvador com a familia. Fez da 4ª série até formar-se pelo ICEIA, em Magistério em 1974. Não atuou na área de ensino, entrando para a COELBA em 1975, no seu Departamento Contábil, aposentando-se em 2002.
Após a morte da cantora Maysa, em 1977, escreveu uma Cronica em sua homenagem e publicou no Jornal da Bahia no mesmo ano.
Publica poesias no site: www.recantodasletras.uol.com.br
Participou das Antologias Escritores Brasileiros 3ª e 4ª Edições e é Membro Efetivo da Academia Poçoense de Letras e Artes - APOLO.
neumann54@hotmail.com