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Adelmo Oliveira
Nacionalidad:
Brasil
E-mail:
Biografia
Soneto da visitação do caos

A Miguel Carneiro,
amigo e poeta do reino da ficção


Armagedom !...
Armagedom !...

Quando eu morrer daqui a dois mil anos
Nem queira se lembrar de que vivi
Tu sofrerás as penas que sofri
Espumas que se quebram pelos oceanos

Quando eu morrer daqui a dois mil anos
Tua imagem será a que perdi
A minha dor será a que senti
Julgado pelo Tribunal dos desenganos

Serei de tudo apenas no meu cérebro
em transe um viajante do Universo
como uma sombra atrás de um pesadelo...

Armagedom !... Armagedom !... Sobre os penhascos
cavalos voam incendiados pelos cascos
ateando fogo nos planetas e nos astros...

[Inédito – Praia da Aleluia – Ipitanga, Estado da Bahia, Brasil, 21.1.2006]




Fragmentos de uma canção que morria

A efígie apocalíptica do Caos
Dançava no meu cérebro sombrio
Augusto dos Anjos

Whith suth name as “Nevermore”

Edgar Alan Poe

Altino Soares
– O Rio do Ouro secou
Um galho de pau d´arco arriou
à beira do caminho
– Aquela estrada antiga não chegou
até o Morro da Velha

Meu pai dizia
– Menino
as estrelas variaram no céu
as veredas já cruzaram o destino
Ainda ontem
o relâmpago incendiou o boqueirão do dia
Reduzindo escarpas de pedra
em torrão de cinzas
Noite de breu
um cargueiro rangia
nas curvas molhadas dos trilhos
Assustando o medo de assombração
Nos esconderijos das Grotas da Guia

Altino Soares
O zabelê na tarde cantou onde eu não existia
Longe
nas travessias do pensamento

Espíritos da maldição rondavam o Sítio da Finada Gutarda
Onde cães ferozes
em vão
latiam contra a palidez da lua

De repente
na Serra do Tombador
um espantalho jogou os braços pelo vento
– Um grito partiu ferido
gelado
da vertigem das alturas
E caiu
de queda súbita
Num poço escuro
de águas mortas

Depois
Depois
O silêncio escondeu a solidão
atrás do Morro da Velha

[Os espectros são mentiras da realidade
– A luz da visão confundiu os espelhos
Um gesto se fez retrato de memória
– A fantasia interpretou a ilusão]

Altino Soares
– O Rio do Ouro secou
O zabelê na tarde cantou onde eu não existia
– A loucura riu de mim
Aquela estrada antiga não chegou
até o Morro da Velha






AS BODAS DA MORTE

Para Carlos Lamarca,

In memoriam

Entre os frisos vermelhos da tarde
Eu canto a aurora
Nas colunas de mato e rebanho
Eu canto a aurora
Um fuzil pendurado entre arbustos
Eu canto a aurora
Eu canto a aurora
Uma estrela desmaia de sangue
Eu canto a aurora
E este tempo é um marco de prata
Eu canto a aurora
E esta morte é amarga e sonora
Eu canto a aurora


Biografía:

Adelmo José de Oliveira
nasceu em 13 de maio de 1934, na cidade de Itabuna, na Bahia. Em 1962, sob um júri formado por nomes de expressão da literatura brasileira, como Manuel Bandeira, Austregésilo de Athayde, José Carlos Lisboa e Pio de Los Casares, recebeu o Prêmio Nacional Luis de Góngora com ensaio “Góngora e o Sofrimento da Linguagem”. Formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia, 1966, participou do Movimento Cultural baiano escrevendo estudos, ensaios e poesias para os principais jornais e revistas de Salvador.



Publicou entre outros títulos: Canto da Hora Indefinida, 1960; Três Poemas, 1966; O Som dos Cavalos Selvagens, 1971; Cântico Para o Deus dos Ventos e das Águas, 1987; Espelho das Horas, 1991; O Canto Mínimo, 2000, [Antologia Poética] Poemas da Vertigem, 2005.Parte de sua obra se encontra na internet nos seguintes sítios: http://www.jornaldepoesia.jor.br/adelmooliveira.html ; http://www.arquivors.com/osomdoscavalos/adelmo3.htm ; Participou de várias Antologias Poéticas editadas na Bahia, no Sul do País e no Exterior. Exerceu atividade política contra a Ditadura Militar, sendo preso por duas vezes e torturado. Foi eleito Deputado Estadual à Assembléia Legislativa do Estado da Bahia pelo antigo MDB em 1978.



adelmojoliveira@uol.com.br

 

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