Sei que sou poeta...
Sei que sou poeta e isso não me basta
quero alcançar estrelas navegando sonhos
ouvir cada eco existencial pulsando
órbitas destrambelhadas de humanos
pervertendo harmoniosamente o cosmos
sei que sou poeta e isso não me basta
quero luares & luares tornem-me poesia
Cariocaas antenas do Sumaré
atentas
à direita o Maciço da Tijuca
à esquerda Mr. Corcovado
...da baía
janela aberta de uma barca
um Rio calmo
dormindo...
a esperança de um primeiro
amanhecer à espera de uma paz
uma época de bailes fiscais
uma Villegagon sem ponte
fortes silenciados
e um ronronar de cantareira
assobio profundo ecoando
nas margens das cidades
Araribóia confirma
daqui em meio ao mar
de lentas vagas
vago em minhas lentes
spotlights intermitentes
e entre um & outro foco
irradio que o Rio é lindo
− cartão-postal de Niterói −
praguejo sem muita fé
as antenas do Sumaré
sorriem
o Maciço da Tijuca
escolta
Mr. Corcovado
traduz a legenda
e apesar de tudo
de tudo mesmo
tudo isso é meu!
Algo assim liquidificadoAbriu a janela da noite
pescou nuvens em seu samburá de sonhos
desarticulou o sorriso
repuxando uma sobrancelha
ela, lápide de seus miolos
eles, agora miojo em quetichupe
A noite, é sempre, samba-canção
rasgando línguas em anáguas
léguas de cílios e leques desdentados
de madame satã - o motorneiro
do bonde das 10 de Santa Teresa
os trilhos comem poesia e pizza
nos desvãos dos arcos e das ancas
eas, zombando da sombra do Cristo... ensandecido
ele, a procura de não sei quem, mas...
que não seja santo, podia ser santa
A tarde nos semáforos cotovelos de esquinas
novos malabaristas pedintes de teus olhos
10 centavos tio tia tiro no tira
janela do dia automóvel
ao som do ar-condicionado
enclausurado o medo
temos medo de soltá-lo
eles, quem sabe, miojo com quetichupe
nós, lápide em nossos miolos
pela manhã...
goiabeiras e jaqueiras estrangeiras
beberam-se em suco
bonde dormindo
ancas de não sei quem no metrô Central do Brasil
um 10 centavos de vergonha chora no asfalto
algo assim liquidificado
e, quem?, quem se atreve em abrir a janela?
biografia:
SÉRGIO GERÔNIMO ALVES DELGADO - Carioca. Ex-professor do Colégio Militar do Rio de Janeiro - Língua Inglesa. É Psicólogo, licenciado com pós-graduação em Psicossomática Contemporânea. Psicoterapeuta. Editor-chefe da OFICINA www.oficinaeditores.com.br. Ensaísta, contista, poet, capista, designer gráfico, webmaster, programador visual dos saites da APPERJ, OFICINA Editores e Livronline. Publicou em poesia: PROFANAS & AFINS; OUTRAS PROFANAS; ENFIM AFINS, livro virtual; COXAS DE CETIM [2ª Edição]; PANÍNSULA; GEMINI - Agenda personalizada 2004. Coordenador dos eventos poéticos: TE ENCONTRO NA APPERJ; UM DEDO DE PROSA E POESIA e TODAS ELAS E ALGUNS DELES, no Rio de Janeiro/RJ. Fundador da APPERJ, Presidente pela 4ª vez: www.apperj.hpg.com.br - Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro. Poemas traduzidos para o italiano e espanhol.
Saites na internet
http://www.geocities.com/livronline/sergeron.htmwww.apperj.hpg.com.br ; www.oficinaeditores.com.br
e-mail:
sergiogeronimo@oficinaeditores.com.brdelgadosergiogeronimo@hotmail.com sergiogeronimo@wnetrj.com.br ou